quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Arte a serviço do próximo

A arte quando modifica o outro, na forma de pensar e agir, atinge seu objetivo mais sublime. Se utilizada como meio de trabalho social, a transformação é ainda mais expressiva. As artistas plásticas Joseane Bornelli e Angelita Schimitt que o digam.

Ricardo Lopes
Como terapia ocupacional, a cerâmica
permite ganhos individuais por meio do
convívio
Elas ministram curso de cerâmica para pessoas em situação de vulnerabilidade social. Os alunos são indicados pelo Centro de Referência em Assistência Social (Cras) da cidade.

A gratificação da arte a serviço do próximo rende ganhos pessoais na vida de cada uma delas. Há 18 anos trabalhando no ramo artístico, Joseane já expôs em circuitos nacionais e internacionais. A realização profissional ganhou um novo sentido quando começou o trabalho de inclusão social, utilizando a cerâmica. Antes, a proposição da Associação Maria do Ingá, da qual as artistas fazem parte, era de proporcionar ganhos por meio do artesanato. Hoje, a ideia é resgatar a autoestima pela terapia ocupacional.

"É uma oportunidade de revelar talentos", diz Joseane - a despeito de alguns do seus alunos que expuseram no Salão Nacional de Cerâmica, em Curitiba. Na turma, cerca de 20% dos alunos se destacam.

O artesanato é uma técnica manual utilizada para produzir objetos feitos a partir de matéria-prima natural. Com a Revolução Industrial, o artesanato foi fortemente desvalorizado.
Como terapia ocupacional, a cerâmica permite ganhos por meio do convívio em grupo. "Diminui até o uso de medicação antidepressiva", relata a professora.

A Associação Maria do Ingá nasceu em 2004. O foco antes era o bordado em suas várias técnicas: crochê, tricô, ponto cruz, entre outros. A associação foi formalizada há mais de um ano.
Hoje, procura desenvolver parcerias como a que tem com o Sebrae, que fornece as embalagens para as peças comercializadas. Na cerâmica, trabalha-se com tintura, argila, forno.
Ícones que traduzem os pontos turísticos da cidade viram arte no barro: Catedral, Praça Sete de Setembro (Peladão), que traz um monumento ao desbravador, cuja escultura é do artista Joaquim Henrique de Aragão, Parque do Ingá, os bosques e a lenda da Maria do Ingá. Antes, as péssimas condições de trabalho do artesão. Hoje, a retomada. O artesanato voltou a ter prestígio e importância.

Serviço
Os interessados devem procurar um Centro de Referência em Assistência Social (Cras) para se cadastrar, munidos de documentos pessoais, comprovante de residência, ou na Escola Laura Rebouças de Abreu – TEMM, na Avenida Gurucaia, 1.189, Vila Bosque. Visite o blog: www.mariadoinga.blogspot.com.

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